segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Bloco de Esquerda e o futuro do Museu do Douro




O Bloco de Esquerda respondeu a um questionário que o pportodosmuseus colocou a várias pessoas e partidos políticos sobre o futuro do Museu do Douro.

Considero importante o conjunto das questões ali apresentadas e acho que será deveras interessante ler as respostas produzidas, que certamente muito nos ajudarão a melhor perceber os caminhos passíveis de serem trilhados, e as várias opções que poderão existir, ou não, sobre o futuro deste Museu, que é muito importante para a região do Douro, e a quem todos desejam, certamente, outro destino que não o encerramento, como não pode deixar de ser.

Se é verdade que concordo e me revejo em quase tudo o que ali está escrito, como resposta do BE às questões colocadas, assinada por Catarina Martins, e que podem ser lidas no respectivo site http://www.pportodosmuseus.pt/?p=60134, já as afirmações produzidas em resposta à última questão, que passo a citar: “A forma como o Museu foi gerido até agora não está isenta de críticas, sabemo-lo bem. Mas o caminho é corrigir erros e não cometer o maior erro de todos”, carecem de pormenorização e maior detalhe, para ficarmos todos a saber que erros é que foram cometidos e quais são as críticas a fazer, certamente com a intenção de os corrigir, melhorando assim a performance gestionária do próprio museu.

É que, na ausência de referências concretas sobre tais erros, sou levado a pensar que esta genérica e abstracta consideração crítica mais não é que o retomar de posições públicas obscenas que duas pessoas conhecidas como politicamente afectas ao BE (não sei se militantes, simpatizantes ou seja lá o que for), tiveram num passado não muito longínquo sobre os Conselhos de Administração da Fundação Museu do Douro, recorrendo mesmo ao insulto mais baixo, soez e degradante que o ser humano pode recorrer, dirigido às pessoas que não se vergaram aos interesses pessoais dos mesmos, nem à falta de honestidade intelectual, nem à falta de verticalidade e ética profissionais desses senhores, no respeito pelos valores e princípios fundamentais da conduta e do comportamento humano, que tem de prevalecer sobre todas as outras coisas.

É que eu lembro-me bem de todos os insultos de que fui vítima, com os meus colegas do Conselho de Administração, tendo mesmo eu que recorrer às instâncias judiciais para obrigar um deles a retratar-se, o que teve mesmo que fazer, para evitar ser julgado pessoalmente pelos insultos produzidos.
Apenas porque esses senhores pensavam que a Fundação e o Museu mais não eram que quintais, ou melhor, a quinta pessoal dos mesmos, onde podiam fazer e desfazer as coisas ao sabor dos seus interesses... Um, usando o Museu do Douro para se auto promover, a fazer fé nos relatórios de actividades no período de tempo em que foi responsável pelo mesmo, e o outro sendo coordenador de um serviço que não existe em mais nenhum museu do mundo,  sendo muito bem remunerado por isso, quando já era aposentado bancário... E que mesmo assim se não inibiu de prejudicar financeiramente a Fundação Museu do Douro, certamente como prova do carinho e apoio que a instituição (não as pessoas, claro) lhe merece... Serão esses os erros cometidos a que o Bloco de Esquerda se refere?
É que não vislumbro mais nenhuns...

Ou será que se refere ainda ao aqui primeiro protagonista referido, que aproveitando a circunstância de eu me encontrar envolvido numa luta política autárquica, aproveitou oportunisticamente a “onda” para me rebaixar aos olhos de todos, chamando-me aldrabão, escudando-se no direito a manifestar uma opinião política para me insultar pessoalmente, em acto intelectual profundamente desonesto, fazendo afirmações aviltantes, mais típico de um terceiro mundismo onde ainda se confundem (e fundem) propositadamente as pessoas com as instituições?

Enfim... Seria bom que o Bloco de Esquerda, a quem saúdo pelas posições correctas e desassombradas com que tem encarado as questões da cultura em Portugal, e particularmente as que se referem ao sector do património cultural, muito pelas esclarecidas posições de Catarina Martins, não se deixasse aqui enredar no interesse comezinho e baixo de duas ou três pessoas que ainda insistem em afundar mais o Museu do Douro, que é de todos e não apenas de um ou dois iluminados, por muito que os mesmos tenham contribuído para o seu desenvolvimento e construção, como reconheço que fizeram num determinado tempo, porque eu sou suficientemente isento e honesto para o reconhecer publicamente, como sempre o fiz!

Agostinho Ribeiro.

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