A semana
passada foi bastante esclarecedora no que respeita à natureza do carácter do actual
Presidente da Câmara de Lamego.
Não é todos os
dias que assistimos, neste País, ao lamentável espectáculo de sermos brindados
com falsidades e deturpações, umas atrás das outras, em catadupa mirabolante
que impressiona até os espíritos mais liberais e condescendentes, por parte de
um responsável público com as funções do senhor Eng. Francisco Lopes.
O senhor
Presidente da Câmara de Lamego deve mesmo pensar que os lamecenses são
analfabetos e desconhecedores das leis e das obrigações públicas, para ter o
descaramento de nos vir falsear a verdade, de forma tão directa e descabida, tentando
enganar as pessoas com o seu direito de resposta, que mais não foi que um
esforço despropositado de tentar deitar poeira aos olhos dos cidadãos.
Pura e
simplesmente inadmissível…!
Em boa hora
andaram os visados, que lhe souberam responder à letra, desmascarando assim as
falsidades, proferidas com uma ousadia tal, que poderia levar os mais
desatentos e desprevenidos à convicção de que ele estaria a falar verdade.
Mas não… Ele não
fala a verdade!
Ele não fala a
verdade quando refere que a remuneração dos membros do conselho de
administração da empresa Lamego Convida, foi estabelecida em função dos
ordenados dos vereadores. Tenho na minha frente a proposta aprovada pela
coligação PSD/CDS-PP, (o Partido Socialista votou contra) em que se estabelece
o montante de 95% para o Presidente do Conselho de Administração e 90% para os
dois restantes vogais, ambos em função dos vencimentos do Presidente da Câmara,
e não dos vereadores.
Ele não fala a
verdade quando diz que um vereador a tempo inteiro aufere um vencimento que corresponde
a 90% do ordenado de um Presidente da Câmara. É falso! Um vereador recebe 80%
desse vencimento!
Ele não fala a
verdade quando tenta subverter as afirmações dos visados, uma vez que eles
referiram os custos que a empresa tem de suportar por cada um dos membros do
Conselho de Administração e não, como ele quis fazer crer, os vencimentos que
os mesmos vão, de facto, auferir.
E depois,
vergonha das vergonhas, tenta justificar o que está a fazer com os maus
exemplos que pululam por esse País fora, e que tanto tem preocupado os responsáveis
nacionais, pelos gastos incontrolados daí provenientes, tão penalizadores da
boa imagem e da boa gestão que o poder, de uma maneira geral, e o autárquico em
particular, deveria ter e manter. Ou seja, pelo facto de os outros agirem mal,
há que agir também de acordo com esses péssimos critérios, onde a imoralidade
assume o papel condutor de tais desvarios.
Que rico
exemplo nos dá este senhor…
Como é possível
um Presidente de Câmara vir usar do direito de resposta, dizendo falsidades da
forma que o faz, para acusar os outros de dizerem mentiras, quando todos os
documentos provam que tais afirmações são absolutamente verdadeiras?
Mais grave
ainda, por se tratar de um assunto que se prende com a saúde pública, está a
notícia (?) que apareceu no jornal do Douro, faz algumas semanas, onde podemos
apreciar uma fotografia do senhor Presidente da Câmara, junto à fonte do
Almedina, e onde se refere que já “jorra abundantemente água da boa na Fonte do
Almedina”. Afinal essa água “da boa” está imprópria para consumo desde, pelo
menos, o início deste ano, não se percebendo como pode um autarca, com as
responsabilidades públicas que tem, na qualidade de Presidente da Câmara,
sujeitar-se a esta baixa propaganda política, que apenas serve para
desacreditar ainda mais o já tão depauperado poder local.
É que se o
senhor Presidente da Câmara não foi previdente, ao ponto de se assegurar
previamente do estado em que a água se encontrava, a isso chamamos irresponsabilidade.
Mas se estava conhecedor dos factos, então está a agir de má-fé, porque induziu
em erro as pessoas que acreditaram nele, e poderiam ter sofrido na sua própria
saúde os resultados de tamanha incúria.
Uma ou outra
das hipóteses não são, de todo, compatíveis com a dignidade da função!
A sua cândida
postura começa agora a não dar os resultados que já deu no início, a fazer
lembrar o conhecido conto popular do jovem pastor que, para se divertir,
gritava que vinha o lobo… Até ao dia em que o lobo veio de verdade, mas era
tarde demais, porque já ninguém acreditava nele!
Agostinho
Ribeiro
Sem comentários:
Enviar um comentário