quinta-feira, 22 de junho de 2006

Telhados de vidro



Hoje vou tentar discorrer sobre os conteúdos produzidos pelos meus detractores, que insistem em continuar a atirar-me pedras, sem se terem ainda percebido da quantidade de telhados de vidro que possuem.
Como gosto de ser claro e objectivo nas apreciações, considerações e afirmações que produzo, esclareço que me dirijo ao sr. Humberto Costa, director do Jornal do Douro, por ser o responsável, em última instância, por tudo quanto nesse jornal se escreve e que não vem assinado. No entanto, sei perfeitamente quem são os responsáveis pela prosa baixa, ordinária e insultuosa com que me brindam recorrentemente, e passarei a designar esses senhores por “correligionários” do sr. Humberto Costa.
Peço ainda, e antecipadamente, perdão a todos quantos me honram com a leitura destes meus escritos, pelo facto de hoje fugir ao teor normal dos meus textos, mas tentarei fazê-lo com a elevação e o respeito que me merecem, excluindo, obviamente, os meus detractores, uma vez que é certo que o lerão apenas e tão somente para, de seguida, truncar, subverter e distorcer tudo quanto eu possa aqui deixar escrito.
Sem perder tempo com matérias menores, pela irrelevância indigente das mesmas, fixo-me na constatação de que os meus detractores ainda não descortinaram nada de relevante nos textos que já escrevi. Percebo-lhes a falácia intelectual…
Ou seja, matérias relacionadas com as metodologias adoptadas para se conseguir obter ganhos para Lamego, que não passem por manifestações de rua; fundamentação histórica sobre a inadequada opção de mudar o logótipo do município lamecense, pela importância que tal símbolo encerra; argumentação sustentada para defender uma alternativa ao figurino municipal da empresa pública acabada de criar; considerações sobre princípios éticos e morais que devem presidir a quem desempenha funções públicas; e defesa de uma cultura da responsabilidade para evitar o desleixo, a corrupção e o compadrio, são matérias irrelevantes para o sr. Humberto Costa e correligionários.
Relevante, relevante, para estes senhores, é a caquita que a minha cadelinha de estimação, com menos de dois palmos de altura, faz junto das árvores, na cidade de Lamego, aquando do seu passeio higiénico. Fantástica a visão estratégica desta gente para a cidade e para o concelho de Lamego!
Eu até consigo perceber a obstinada preocupação destes senhores pela porcaria, mas no caso vertente, mais pela que eles próprios produzem, e bem menos pela que é produzida por um animal de estimação que foi, pela minha família, “salvo” de ser mais um animal abandonado, deixado à sorte do acaso e da má consciência humana.
Mas sobre isto ainda direi mais – é que eu uso sacos de plástico para recolher os dejectos produzidos pela minha cadelita, quando a levo no seu passeio higiénico. Que aborrecimento, não é? Esta verdade é que não dá mesmo jeito nenhum às vossas pérfidas intenções… Querem os senhores ver que ainda vou passar a ser considerado, nesta matéria, como cidadão exemplar, coisa que o sr. Humberto Costa e correligionários tanto querem, precisamente, contrariar? É certo que o não fazia sempre, como certo é que o não deixarei de fazer para evitar conspurcar a cidade de Lamego.
Faça o sr. Humberto Costa a mesma coisa, em relação a si e aos seus correligionários e, certamente, teremos uma cidade bem mais limpa e asseada do que a que temos actualmente.
Espero que tenha percebido o sentido figurado da afirmação…
É evidente que o sr. Humberto Costa, e correligionários, pretendem com esses textos denegrir a minha imagem de cidadão, não se coibindo de me chamar, sub-repticiamente, cão, bastando para isso ler o seguimento das ordinarices contra mim (e outros) proferidas. E trazem à colação, desta vez, a minha intenção eleitoral de ser uma espécie de provedor municipal, como se tal objectivo fosse incompatível com o direito de me passear na via pública com a cadelita de estimação que possuo. Era agora o que faltava…!
E permitam-me que lhes diga, senhores Humberto Costa e correligionários, que se a Justiça fosse mais expedita, célere e eficaz na sua actuação, não teriam tanto tempo disponível para andarem a tentar denegrir o bom nome dos outros, na tentativa de os colocarem ao vosso nível.
A esta hora estariam, seguramente, mais preocupados em explicar como é que o IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos comprou publicidade no jornal do sr. Humberto Costa, em período de eleições autárquicas, quando o mesmo (jornal) se encontrava em situação irregular, sabendo-se que um dos administradores desse Instituto Público do Estado Português era, precisamente, o candidato da coligação que o jornal do Douro apoiava, apoiou e apoia, de forma parcial, injusta, ilegal, continuada e reiteradamente, nada condicente com as exigências da imparcialidade e da ética jornalística que devem presidir aos órgãos de comunicação social minimamente dignos desse nome.
Que promiscuidade mais vergonhosa e descarada, a tentar colocar Lamego no pedestal dos quatro ou cinco concelhos deste País que são mais conhecidos pelas piores das razões mediáticas.
Será que o Ministério Público ainda vai a tempo? Ou já prescreveu? Sempre gostava de obter uma resposta segura sobre isto, no exercício dos meus direitos de cidadania que jamais alienarei.
A propósito do roubo da viatura municipal, um tão insólito como estranho desaparecimento, aproveito para chamar a atenção dos leitores que nenhuma explicação detalhada foi dada aos lamecenses por quem de direito, sendo importante apurar devidamente o lugar, hora e eventuais responsáveis e cúmplices de tão infausto acontecimento, solicitando daqui às autoridades policiais e judiciais para que não demorem nas investigações e consequente apuramento das causas e circunstâncias em que tal se verificou.
Este vai passar a ser um assunto que merecerá a minha maior atenção.

Agostinho Ribeiro

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