Foi assinado, na
passada segunda-feira, um protocolo de colaboração entre a Diocese e o Museu de
Lamego, com o objectivo fundamental de se garantir uma adequada e concertada gestão
do futuro Museu Diocesano de Arte Sacra.
Estamos certos
da importância deste acontecimento, à luz do quase secular relacionamento entre
estas duas entidades, e que agora reforçam os seus laços de cooperação, em cerimónia
de enorme significado cultural e histórico para a cidade de Lamego e para toda
a região a que pertencemos.
A singularidade
marcante do acto, que aqui une o Estado e a Igreja no esforço comum de
salvaguardar e promover um património artístico que é “bem comum”,
independentemente das suas tutelas específicas, ficou bem patente nos
diferentes registos laudatórios das entidades presentes, incluindo a autarquia
lamecense, honrando o Museu de Lamego enquanto entidade museológica anfitriã, e
integrada no Instituto dos Museus e da Conservação, bem como na Rede Portuguesa
de Museus.
Sob a
presidência do director do Instituto dos Museus e da Conservação, Dr. Manuel
Bairrão Oleiro, que fez questão em estar presente nesta sessão, ficou então
estabelecido que o futuro Museu Diocesano de Arte Sacra de Lamego será gerido
(nas suas diversas componentes organizacionais e funcionais), pelas duas
entidades subscritoras do documento, com nítido benefício para ambas as partes,
já que a Diocese aproveita as competências e o conhecimento humano, técnico e
científico, adquiridos pelo Museu de Lamego e a este concede-se a possibilidade
de coordenar e desenvolver acções de natureza museológica de forma concertada e
articulada com aquele novo museu.
No respeito
integral pelas missões fundamentais que ambas as instituições têm a
responsabilidade de cumprir, este protocolo constitui uma excelente base de
trabalho que mais não faz do que, como muito bem referiu D. Jacinto Botelho,
Bispo de Lamego, dar maior visibilidade e cobertura oficial a um relacionamento
institucional e pessoal que há décadas vem sendo construído entre estas duas
instituições.
Um modelo
eventualmente a seguir, noutras Dioceses do país, e um marco histórico nas
relações entre o Estado e a Igreja, projectando Lamego no contexto nacional
como um exemplo meritório do muito que se pode fazer, em nome a para o bem do
património artístico português.
O grande sonho
de Monsenhor Eduardo Russo está, assim, mais perto de se concretizar. Estou
certo que todos saberemos honrar este grande homem e sacerdote, na sua enorme
visão estratégica e missionária!
Agostinho Ribeiro
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