Infelizmente
estamos a ser confrontados com mais uma notícia, nos órgãos de comunicação
social nacionais, lesiva do bom-nome e honorabilidade de Lamego, agora a
propósito de suspeitas de corrupção que recaem sobre dirigentes do Sporting
Clube de Lamego.
Como não podia
deixar de ser, e certamente que todos os lamecenses de bem comungam comigo esta
mesma sensação, só posso lamentar profundamente o ocorrido e manifestar a minha
enorme tristeza por ter de assistir, impotente, a mais uma situação que
relaciona Lamego ao que de mais negativo acontece neste país, projectando os
lamecenses para a pior das formas de visibilidade pública no todo nacional.
E desejar que
rapidamente se apure a verdade dos factos, para que o nome de Lamego se não
veja eternizado nos telejornais e restante comunicação social em permanente
associação à palavra corrupção que é, como todos bem sabemos, a pior maleita
que actualmente aflige a nossa sociedade democrática.
Já uma vez tive
oportunidade de me referir a esta problemática grave da corrupção no nosso
país, mas estava então muito longe de pensar que iríamos ser todos tocados e
abalados por este caso, de tão próximo que ele está de todos os lamecenses.
Mas esta
tristeza e lamento não significam surpresa, já que começamos a ficar habituados
a este tipo de abordagem mediática, pelas piores razões que não só as da
corrupção, desde que o actual executivo passou a comandar os destinos de
Lamego. O ritmo tem sido alucinante e tem tido origem nas pessoas que deveriam ser
as primeiras a tudo fazer para evitar mediatismos deste género, atentatórios à
dignidade e ao bom-nome de Lamego.
Ou seja, desde
que o Eng. Francisco Lopes assumiu as funções de Presidente da Câmara de Lamego
que assistimos, de forma sistemática e continuada, à visibilidade noticiosa de
Lamego por desprestigiantes e más razões, que nos colocam num ranking nada
apetecido, do ponto de vista da imagem pública de qualquer terra que se preze
de ser constituída por gente de bem.
Brejeirices
tolas, retaliações vingativas por razões políticas, suspeitas de fuga ao fisco
ou de duvidosos sinais exteriores de riqueza, mentiras relacionadas com um
suposto crime de furto, tentativas bacocas de ludibriar os cidadãos lamecenses
relacionadas com bens públicos, e um subsídio municipal cujo destino se liga
indissociavelmente a um suspeito acto de corrupção, constituem a súmula de
alguns dos actos directamente protagonizados pelo senhor Eng. Francisco Lopes,
enquanto Presidente da Câmara Municipal de Lamego, que mereceram, e merece
actualmente, tratamento na nossa comunicação social nacional, atentatória da
dignidade de todos os lamecenses, que esse senhor deveria saber representar com
maior dignidade e elevação.
Na próxima
semana tecerei algumas considerações sobre cada um destes seis “casos”, que
aqui trarei à memória de todos os lamecenses, porque faz parte da minha
natureza demonstrar e provar devidamente tudo o que afirmo.
E porque,
precisamente, devemos ter boa memória das coisas, recordo aqui que os dois
anteriores executivos foram vítimas, em oito anos de exercício de funções, de
dois casos mediáticos nada abonatórios para o bom-nome de Lamego. E recordo bem
que, de imediato, foram resolvidos em conformidade com a lei e com as boas
práticas políticas, tendo um deles levado mesmo à demissão de um homem sério,
que nem sequer era directo responsável pelo que tinha sucedido, como todos
estaremos bem lembrados.
Nestes dois
casos, nenhum dos então responsáveis políticos municipais estava implicado!
Agora, em
apenas dois anos, verificamos a existência de, pelo menos, quatro casos de
idêntica ou maior gravidade que aqueles que tão duramente criticaram, mas de
consequências nulas e de nenhum efeito para os seus directos e indirectos
responsáveis, que são os actuais líderes políticos da nossa Câmara Municipal.
Percebemos a
razão – se estes senhores tomassem a mesma atitude séria e honesta dos
responsáveis que os antecederam, já não haveria sequer executivo municipal!
Pobre terra a
nossa, que teve a ingenuidade de depositar o seu destino colectivo nas mãos de
quem depositou…
Agostinho Ribeiro
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