Irá decorrer em
Lisboa, nos próximos dias 26 e 27 deste mês, o Fórum Cultural para a Europa, no
âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, dando sequência às
intenções que têm vindo a ser trabalhadas no seio da Comissão Europeia, no
sentido de se construir uma verdadeira Agenda para a Cultura num Mundo
Globalizado.
Como sabemos, a
actividade cultural alcança hoje uma multiplicidade e pluralidade de áreas que
se reflectem nos diversos sectores da sociedade civil, tendo em conta que a
cultura cumpre funções muito importantes em termos sociais, económicos e
políticos, de tal forma relevantes que não podem deixar de merecer a nossa
particular atenção e ser objecto de profunda reflexão.
O próprio documento
introdutório deste Fórum é muito claro ao expressar estas realidades, num mundo
cada vez mais em permanente mutação, e onde a diversidade das expressões
culturais e o diálogo intercultural se assumem como elementos fundamentais para
a percepção ajustada da sociedade contemporânea em que vivemos.
O respeito e a
valorização das diferentes culturas e povos deve ser cimentado com base no
conhecimento que deles possamos ter, e este esforço substantivo de procurar
modelos de actuação e consensos generalizados sobre estratégias a seguir,
protagonizados pelos responsáveis pela cultura no espaço europeu, constitui-se
como um passo decisivo nesta caminhada global (e civilizacional), que é a da
construção de uma sociedade mais justa, equilibrada e tolerante, perante a
diversidade de realizações, valores, usos e costumes, que fazem a riqueza e a variedade
cultural, à escala planetária.
A oportunidade
deste Fórum também deve ser por nós realçada, uma vez que o ano de 2008 foi
proclamado, precisamente, como o Ano Europeu do Diálogo Intercultural, no
seguimento da Convenção da UNESCO, a propósito da premente necessidade que
todos temos em proteger e promover a diversidade das expressões culturais.
Todas as instituições de cultura, e particularmente os Museus do Estado, foram
encorajados a considerar, nos seus planos de actividades para o próximo ano,
acções ligadas a este importante tema integrador do diálogo intercultural.
Este encontro,
que contará com personalidades das áreas culturais de todos os países da União
Europeia, pretende ser uma espécie de consulta à sociedade civil sobre os
eventuais procedimentos que deverão seguir os Estados-Membros, sobretudo no que
respeita à interacção cultural no seio da própria União, e na sua relação com
as práticas culturais e civilizacionais dos outros continentes, por força das
importantes comunidades estrangeiras que actualmente habitam o espaço europeu.
O Fórum
iniciará os seus trabalhos com uma sessão plenária, presidida pela nossa
Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, a que se seguirão reuniões temáticas
mais específicas, onde vários especialistas ajudarão à reflexão conjunta sobre
as três proposições fundamentais deste encontro – O Diálogo Intercultural; A
Economia da Cultura; A Europa e o Resto do Mundo.
Não tenho
quaisquer dúvidas em manifestar a certeza de que se tratará da mais relevante
iniciativa do Governo Português para a área da cultura, no contexto da
Presidência da União Europeia, pelas portas que abrirá na construção da tão
almejada Agenda Cultural para uma Europa que queremos mais solidária e menos
xenófoba, mais respeitadora e menos autista, mais receptiva e tolerante para
com outras raças, credos e culturas, desempenhando o papel histórico de sermos,
precisamente, o continente onde os conceitos de democracia, igualdade e
fraternidade têm as suas verdadeiras e fortes raízes.
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