quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

As “invejas” e os “interesses políticos” da oposição concelhia…



Quando num artigo da revista Focus, há algum tempo atrás, fomos confrontados com declarações infelizes do Sr. Eng. Francisco Lopes, a propósito de “denúncias” provenientes da oposição democrática, tais declarações levaram-me, na Assembleia Municipal seguinte (de 18 de Dezembro de 2006), a pedir esclarecimentos fundados que nos permitissem avaliar a veracidade de tais afirmações.
Como sou dos que pensam que os assuntos não devem ficar pelas meias tintas, tomo hoje a liberdade de transcrever parte da comunicação por mim proferida nessa Assembleia (*), a este propósito, nos termos que seguem:

“Por outro lado, tivemos oportunidade de ler, na revista Focus, um artigo intitulado “Uma casa bem portuguesa…” a propósito da avaliação patrimonial da casa do senhor Eng. Francisco Lopes, actual Presidente da Câmara Municipal de Lamego. Para além das considerações sobre o valor patrimonial da vivenda em causa, e seus reflexos no cumprimento, ou não, das devidas obrigações fiscais dali decorrentes, que nos deixaram verdadeiramente incrédulos, pelos artifícios das declarações produzidas, somos confrontados com afirmações do visado, em que diz que as “denúncias partem de pessoas da oposição no concelho”, referindo-se ainda às “invejas” e “interesses políticos” dessas mesmas pessoas.
Denúncias? Mas a que denúncias se refere o senhor Presidente, a propósito de uma matéria que é pública, com elementos que estão ao alcance de todos e que está à vista de toda a gente? Apenas entendemos estas afirmações no caso de existir algo mais, em termos de alguma cumplicidade existente anteriormente, que não decorra directamente do que é perceptível a todos os cidadãos e, nesse caso, queremos saber se alguém da oposição terá porventura participado em acto lesivo contra o senhor Eng. Francisco Lopes, nomeadamente por interferência, directa ou indirecta, na venda, compra ou, de qualquer forma ou por qualquer meio ilegítimo, terá influenciado nas transacções de algum dos apartamentos que diz ter vendido, para adquirir a referida vivenda e, em caso afirmativo, se tal interferência foi no sentido declarado de o prejudicar.
Do mesmo modo, gostaríamos de saber se alguém da oposição democrática interferiu deliberadamente na aquisição do terreno, na escolha do arquitecto, na construção da vivenda ou na sugestão do valor patrimonial declarado, de forma a prejudicar ou influenciar negativamente o discernimento do senhor Eng. Francisco Lopes, levando-o ao ponto de afirmar o que afirmou no artigo da revista Focus.
Também aqui o Partido Socialista tudo irá fazer para que todos os aspectos relacionados com estas matérias sejam devidamente esclarecidos junto da opinião pública, e das entidades competentes, para assim podermos concluir sobre as interferências irregulares, “invejosas” e de mero “interesse político”, eventualmente protagonizadas por alguém da oposição democrática ao actual Presidente da Câmara Municipal de Lamego.”

E pronto, cá ficamos à espera de se saber se há ou não interferências ilegítimas ou ilegais de alguém da oposição democrática, cumprindo nós o que tínhamos afirmado, de que tudo iremos fazer para que estes aspectos sejam bem esclarecidos junto da opinião pública, exortando daqui todas as entidades competentes para que nos ajudem a averiguar sobre a natureza inadequada de tais interferências…

Agostinho Ribeiro

(*) Só agora divulgo o teor da comunicação, porque a respectiva acta apenas foi aprovada na última sessão da Assembleia Municipal de Lamego, que ocorreu no passado dia 28 de Fevereiro.

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