Quando num
artigo da revista Focus, há algum tempo atrás, fomos confrontados com
declarações infelizes do Sr. Eng. Francisco Lopes, a propósito de “denúncias”
provenientes da oposição democrática, tais declarações levaram-me, na
Assembleia Municipal seguinte (de 18 de Dezembro de 2006), a pedir
esclarecimentos fundados que nos permitissem avaliar a veracidade de tais
afirmações.
Como sou dos
que pensam que os assuntos não devem ficar pelas meias tintas, tomo hoje a
liberdade de transcrever parte da comunicação por mim proferida nessa
Assembleia (*), a este propósito, nos termos que seguem:
“Por outro lado, tivemos oportunidade de
ler, na revista Focus, um artigo intitulado “Uma casa bem portuguesa…” a propósito da avaliação patrimonial da
casa do senhor Eng. Francisco Lopes, actual Presidente da Câmara Municipal de
Lamego. Para além das considerações sobre o valor patrimonial da vivenda em
causa, e seus reflexos no cumprimento, ou não, das devidas obrigações fiscais
dali decorrentes, que nos deixaram verdadeiramente incrédulos, pelos artifícios
das declarações produzidas, somos confrontados com afirmações do visado, em que
diz que as “denúncias partem de pessoas da oposição no concelho”, referindo-se
ainda às “invejas” e “interesses políticos” dessas mesmas pessoas.
Denúncias? Mas a que denúncias se refere o
senhor Presidente, a propósito de uma matéria que é pública, com elementos que
estão ao alcance de todos e que está à vista de toda a gente? Apenas entendemos
estas afirmações no caso de existir algo mais, em termos de alguma cumplicidade
existente anteriormente, que não decorra directamente do que é perceptível a
todos os cidadãos e, nesse caso, queremos saber se alguém da oposição terá porventura
participado em acto lesivo contra o senhor Eng. Francisco Lopes, nomeadamente
por interferência, directa ou indirecta, na venda, compra ou, de qualquer forma
ou por qualquer meio ilegítimo, terá influenciado nas transacções de algum dos
apartamentos que diz ter vendido, para adquirir a referida vivenda e, em caso
afirmativo, se tal interferência foi no sentido declarado de o prejudicar.
Do mesmo modo, gostaríamos de saber se
alguém da oposição democrática interferiu deliberadamente na aquisição do terreno,
na escolha do arquitecto, na construção da vivenda ou na sugestão do valor
patrimonial declarado, de forma a prejudicar ou influenciar negativamente o
discernimento do senhor Eng. Francisco Lopes, levando-o ao ponto de afirmar o
que afirmou no artigo da revista Focus.
Também aqui o Partido Socialista tudo irá
fazer para que todos os aspectos relacionados com estas matérias sejam
devidamente esclarecidos junto da opinião pública, e das entidades competentes,
para assim podermos concluir sobre as interferências irregulares, “invejosas” e
de mero “interesse político”, eventualmente protagonizadas por alguém da
oposição democrática ao actual Presidente da Câmara Municipal de Lamego.”
E pronto, cá
ficamos à espera de se saber se há ou não interferências ilegítimas ou ilegais
de alguém da oposição democrática, cumprindo nós o que tínhamos afirmado, de
que tudo iremos fazer para que estes aspectos sejam bem esclarecidos junto da
opinião pública, exortando daqui todas as entidades competentes para que nos ajudem
a averiguar sobre a natureza inadequada de tais interferências…
Agostinho
Ribeiro
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