quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

A sinalética da A 24.



Tenho andado, de semana para semana, a protelar algumas considerações sobre a sinalética que nos é oferecida sobre Lamego, pelos painéis indicadores de localidade, existentes na A 24.
Duas recentíssimas viagens, uma para sul e outra para norte, reavivaram-me, no regresso, este incontido mal-estar perante a completa e total falta de respeito por uma cidade histórica como é Lamego, a ponto de me questionar sobre as verdadeiras intenções de quem, sendo responsável por tal sinalização, não soube ou não quis colocar Lamego nas referidas placas sinalizadoras, com o destaque e a relevância que a nossa cidade merece.
Por isso, devo confessar que gostaria de confrontar, directa e pessoalmente, o responsável por tal sinalética e aferir, em diálogo franco e aberto, (como gosto sempre de fazer), se estaremos apenas perante uma completa ignorância e incompetência desse mesmo responsável (seja ele uma pessoa singular ou uma equipa de trabalho) ou se, por outro lado, não estaremos perante alguém que, propositadamente, entendeu desprezar a cidade de Lamego.
Se repararmos bem, a primeira referência a Lamego, para quem se desloca de sul para norte, só é encontrada em Castro Daire e, no sentido inverso, apenas junto ao nó da cidade do Peso da Régua.
Isto significa que a cidade histórica mais importante do distrito de Viseu, é tratada, em termos de sinalética, ao nível de um qualquer pequeno lugar do percurso agora em evidência, e por vezes de forma ainda mais afrontosa, quando nos deparamos com sinalização de distância, onde alguns povoados de menor relevância nos surgem como se fossem burgos de enorme importância, perante a completa e abusiva omissão da cidade de Lamego.
Que fique claro que me move algum bairrismo incontido, mas sei submeter esta emoção a critérios objectivos, já que Lamego é a segunda cidade do Distrito de Viseu (em actual rivalidade com Tondela) e, sem sombra de quaisquer dúvidas, a primeira em termos patrimoniais, históricos e monumentais, não só de todo o Distrito, como de todo o interior norte de Portugal!
Só isto seria mais que suficiente para merecermos maior e melhor atenção por parte dos responsáveis pela sinalética em causa, sendo exigível, no mínimo, que Lamego surgisse nas placas informativas, em todo o circuito confluente ao nó de Calvilhe, desde o entroncamento da A 25 à A 24, do lado sul, e da entrada de Vila Real, a partir do lado norte.
Perguntaria, portanto, aos senhores responsáveis pela sinalização deste troço da A 24, se conhecem alguma coisa da cidade de Lamego; se sabem que Lamego possui um invejável património artístico e monumental que a alcandora a uma das cidades mais ricas e interessantes do País; se sabem que Lamego desempenhou um importante papel no período da fundação da nacionalidade, e em tantos outros momentos históricos que se lhe seguiram; se sabem que Lamego é uma cidade incontornável na construção da região demarcada do Douro, uma das poucas que, em Portugal, está classificada como Património da Humanidade…
E quantos mais argumentos poderiam aqui ser esgrimidos a favor de uma maior consideração por Lamego, nada visível nas placas sinalizadoras das saídas da A 24, o que nos leva à constatação de estarmos perante uma de duas situações:
- Ou os responsáveis por este trabalho informativo são desconhecedores da importância de Lamego, e não souberam recolher a informação necessária para uma correcta e adequada informação rodoviária;
- Ou os responsáveis sabiam perfeitamente da importância de Lamego e, mesmo assim, optaram por omitir, na maioria do trajecto em causa, a indicação da nossa cidade, por razões que nos escapam totalmente.

Em qualquer dos casos, é bem patente a desconsideração e o desleixo desses senhores nesta matéria, a merecer uma reparação, tão rápida quanto possível, pelos mais altos decisores que, certamente, não se revêem nesta demonstração de ignorância e de incompetência.

Agostinho Ribeiro

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