Tenho andado,
de semana para semana, a protelar algumas considerações sobre a sinalética que
nos é oferecida sobre Lamego, pelos painéis indicadores de localidade,
existentes na A 24.
Duas
recentíssimas viagens, uma para sul e outra para norte, reavivaram-me, no regresso,
este incontido mal-estar perante a completa e total falta de respeito por uma
cidade histórica como é Lamego, a ponto de me questionar sobre as verdadeiras
intenções de quem, sendo responsável por tal sinalização, não soube ou não quis
colocar Lamego nas referidas placas sinalizadoras, com o destaque e a
relevância que a nossa cidade merece.
Por isso, devo
confessar que gostaria de confrontar, directa e pessoalmente, o responsável por
tal sinalética e aferir, em diálogo franco e aberto, (como gosto sempre de
fazer), se estaremos apenas perante uma completa ignorância e incompetência
desse mesmo responsável (seja ele uma pessoa singular ou uma equipa de
trabalho) ou se, por outro lado, não estaremos perante alguém que, propositadamente,
entendeu desprezar a cidade de Lamego.
Se repararmos
bem, a primeira referência a Lamego, para quem se desloca de sul para norte, só
é encontrada em Castro Daire e, no sentido inverso, apenas junto ao nó da
cidade do Peso da Régua.
Isto significa
que a cidade histórica mais importante do distrito de Viseu, é tratada, em
termos de sinalética, ao nível de um qualquer pequeno lugar do percurso agora
em evidência, e por vezes de forma ainda mais afrontosa, quando nos deparamos
com sinalização de distância, onde alguns povoados de menor relevância nos
surgem como se fossem burgos de enorme importância, perante a completa e
abusiva omissão da cidade de Lamego.
Que fique claro
que me move algum bairrismo incontido, mas sei submeter esta emoção a critérios
objectivos, já que Lamego é a segunda cidade do Distrito de Viseu (em actual
rivalidade com Tondela) e, sem sombra de quaisquer dúvidas, a primeira em
termos patrimoniais, históricos e monumentais, não só de todo o Distrito, como
de todo o interior norte de Portugal!
Só isto seria
mais que suficiente para merecermos maior e melhor atenção por parte dos
responsáveis pela sinalética em causa, sendo exigível, no mínimo, que Lamego
surgisse nas placas informativas, em todo o circuito confluente ao nó de
Calvilhe, desde o entroncamento da A 25 à A 24, do lado sul, e da entrada de
Vila Real, a partir do lado norte.
Perguntaria,
portanto, aos senhores responsáveis pela sinalização deste troço da A 24, se
conhecem alguma coisa da cidade de Lamego; se sabem que Lamego possui um
invejável património artístico e monumental que a alcandora a uma das cidades
mais ricas e interessantes do País; se sabem que Lamego desempenhou um
importante papel no período da fundação da nacionalidade, e em tantos outros momentos
históricos que se lhe seguiram; se sabem que Lamego é uma cidade incontornável
na construção da região demarcada do Douro, uma das poucas que, em Portugal,
está classificada como Património da Humanidade…
E quantos mais
argumentos poderiam aqui ser esgrimidos a favor de uma maior consideração por
Lamego, nada visível nas placas sinalizadoras das saídas da A 24, o que nos
leva à constatação de estarmos perante uma de duas situações:
- Ou os
responsáveis por este trabalho informativo são desconhecedores da importância
de Lamego, e não souberam recolher a informação necessária para uma correcta e
adequada informação rodoviária;
- Ou os
responsáveis sabiam perfeitamente da importância de Lamego e, mesmo assim,
optaram por omitir, na maioria do trajecto em causa, a indicação da nossa
cidade, por razões que nos escapam totalmente.
Em qualquer dos
casos, é bem patente a desconsideração e o desleixo desses senhores nesta
matéria, a merecer uma reparação, tão rápida quanto possível, pelos mais altos
decisores que, certamente, não se revêem nesta demonstração de ignorância e de
incompetência.
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