O actual poder
autárquico cumpre um ano de actividade municipal, tendo mesmo organizado uma
festa para lembrar o extraordinário feito.
Nada de mais,
se tudo tiver sido feito a expensas dos próprios, e não com o nosso dinheiro,
entenda-se, da Câmara Municipal de Lamego, que é de todos nós e não apenas de
alguns. Mas cada um tem o legítimo direito de festejar seja o que for, da
maneira que muito bem entender e se estes senhores acham que para Lamego, uma
festa do género é a melhor forma de comemorar um ano de gestão municipal, não
serei eu a contrariar esta “original” ideia.
O problema
maior é saber se há razões para festejar, já que a “obra” feita neste último
ano não parece nada abonatória dos seus promotores, excluindo, obviamente, as
obras que já vinham do anterior mandato e que este executivo deu continuidade,
como não podia deixar de ser. É claro que agora usam de todos os estratagemas
para tentar enganar as pessoas e fazer crer que tudo é obra deles, e de mais
ninguém. São disparates do género que retiram credibilidade ao poder local e
aos autarcas deste País.
Para além
disso, falam-nos de muitos planos, que cá estaremos para analisar no momento
devido, e recorre-se ao gasto argumento de que os anteriores executivos
deixaram dívidas de montantes absurdos, mas até este momento não provadas, e
sistematicamente usadas como argumento de peso para justificar a inépcia deste
executivo.
Se fossem
sérios no que dizem, não estariam a hipotecar o futuro de Lamego para os
próximos 15 ou 20 anos, já que estão a fazer, neste preciso momento, bem pior
para as gerações futuras, que aquilo que tanto andam a criticar do passado.
Todos sabemos
que existem sempre compromissos que transitam de ano para ano, de mandato para
mandato, e todo o autarca que é sensato sabe disso, não fazendo desta realidade
a justificação permanente para a sua própria incapacidade realizadora. Aliás, a
forma continuada com que se negou o acesso de todos nós à auditoria que
mandaram realizar é típica de quem é muito lesto em lançar insinuações e nada
sério em admitir as verdades das coisas, quando elas não lhes são favoráveis.
De obras
físicas, quando as mesmas estiverem concluídas, cá estaremos para nos
debruçarmos sobre elas, mas não posso deixar de referir já o quanto de errado
existe na opção, a propósito das obras no Relógio do Sol, de deixar o monumento
no meio da rotunda. Está errado do ponto de vista da conservação preventiva do
monumento e é a forma mais acertada de ninguém o visitar, e interpretar, pela
inacessibilidade evidente de que passa a ser portadora. Todos têm o direito de
alterar planos anteriores, mas ao menos que pensem um pouco sobre essas
alterações que pretendem introduzir, para que as mesmas constituam mais valias
e não o contrário.
Da imagem
global de Lamego, não temos dúvidas do quanto este concelho e esta cidade já
perderam no decorrer deste ano, em credibilidade e honorabilidade, fazendo com
que Lamego se inscreva no anedotário autárquico, sendo usada amiudadamente como
mau exemplo, objecto de chacota e de riso nacional.
Desde a
primeira notícia que surgiu num jornal nacional, a dar conta que o então novo
Presidente da Câmara Municipal de Lamego tinha estado num jantar de uma suposta
“associação” cujo nome me escuso aqui de referir; passando pela vergonha do processo,
ainda não devidamente esclarecido, do desaparecimento da viatura municipal; do
desentendimento que teve pessoalmente comigo a propósito da Bienal da Prata; da
desprestigiante intervenção no Programa Prós e Contras, da RTP1, a propósito da
maternidade de Lamego; da mentira que deu aos lamecenses, a propósito da água
imprópria para consumo da fonte do Almedina, até ao mau exemplo dado com a
criação da empresa Lamego Convida.
Em menos de um
ano esta Câmara Municipal de Lamego já bateu todos os recordes possíveis e
imaginários na colocação pública de Lamego nas ruas da amargura.
Mas há mais…
Muito mais para dizer sobre este ano de mandato.
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