Regressado a
Lamego, após duas semanas de férias, sou confrontado com as mesmíssimas
insinuações à minha pessoa, a raiar o insulto baixo e a demonstrar uma
congénita falta de educação, por parte de quem insiste em pensar que eu serei
da mesma natureza deles, dos que, porfiadamente, não olham a meios para atingir
os tão almejados fins de denegrir a imagem dos outros, só porque se atrevem a
pensar e a agir de maneira diferente.
Cada um tem os
adversários que merece, mas eu confesso que estava convencido que merecia mais
que este triste espectáculo de ser o alvo sistemático e preferido da coluna de
um jornal cujo director acabou, há bem pouco tempo, de ser condenado
judicialmente por crimes de difamação. Adiante... O tempo o dirá, e eu não me
calarei na defesa da minha honra, quando para isso tiver que usar de todas as
prerrogativas que o Estado Democrático e de Direito me confere, não deixando
então de as exercitar até às últimas consequências.
Até lá, reitero
a manutenção de um prudente silêncio para não prejudicar os interesses mais
elevados de Lamego, sem nunca me vergar perante quem tem a plena consciência do
que insinua e, consequentemente, dos resultados que daí podem advir.
Se a política
fosse mais nobre, em Lamego, e alguns dos meus adversários (felizmente que nem
todos assim são) fossem dotados de uma maior dignidade e decoro na forma de
agir e de dizer as coisas, e talvez estivéssemos todos a discutir ideias e
projectos de interesse superior para a nossa terra, como tenho tentado fazer
nos meus artigos de opinião, e não andar enredado nas tramas que estes senhores
vão urdindo, com os objectivos já bem conhecidos de todos nós, mas com as
consequências judiciais também já conhecidas.
Estes senhores
devem mesmo andar a necessitar de maior protagonismo ou, no minimo, a tentar
obter maior visibilidade à custa dos outros, entenda-se, dos que têm dedicado
uma vida inteira de trabalho honesto à causa pública, na maioria dos casos
dispendendo recursos dos seus próprios bolsos, e que, em vez de serem
minimamente reconhecidos, são vilipendiados por quem, de curriculo passado em
defesa e em prol de Lamego, nos oferecem uma mão cheia de nada e outra de coisa
nenhuma.
Costuma-se
dizer que os actos ficam com quem os praticam, mas os actos que ferem a
dignidade e a seriedade dos outros não podem, nem devem, morrer no esquecimento
das pessoas de bem.
Da minha parte
podem ter a certeza que o farei sem desfalecimentos, como jamais deixarei de
tudo fazer para que os interesses colectivos se sobreponham, sempre, aos torpes
interesses de algum, ou alguns que, a coberto de umas quaisquer vitórias
eleitorais, se arvorem no direito de tentar espezinhar os adversários, de
insinuar desmandos não provados, de vilipendiar tudo e todos, como se essa
cobertura os transformasse em cidadãos com o privilégio de poderem viver ao
arrepio e acima da lei, desrespeitando quem ousa opor-se às suas duvidosas
aspirações.
Agostinho
Ribeiro
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