quinta-feira, 20 de julho de 2006

Bienal da Prata



Não estava, de todo, nos meus propósitos, tecer hoje quaisquer considerações sobre o evento “Bienal da Prata”.
Mas como o Senhor Prof. José António Santos me fez chegar às mãos, amavelmente, cópia da acta da reunião do executivo em que este assunto é abordado, por parte do Senhor Presidente da Câmara, fazendo-me ameaças intoleráveis e inadmissíveis, importa transmitir à opinião pública a verdade dos factos, nomeadamente no que se refere às minhas afirmações quando disse que a Câmara não acarinhava este evento.
Em primeiro lugar gostaria de expressar publicamente que, se o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lamego “refuta por completo as declarações proferidas pelo senhor Dr. Agostinho Ribeiro” conforme vem expresso nessa acta, ou está de completa e total má-fé nesta matéria ou, em última análise, está muito mal informado do que se terá passado. Uma e outra possibilidade não são, de qualquer forma, compatíveis com o exercício do cargo que possui.
Quanto a promoções pessoais e políticas, devo dizer ao senhor Presidente que nunca precisei, nem nunca utilizei sequer argumentos ou matérias profissionais para me promover. Não preciso. Não tenho necessidade de o fazer. Basta apreciar a quantidade extraordinária de notícias em torno da Bienal da Prata e verificar que o meu nome aparece em muito menos de 1% dessas notícias para perceber que, se alguém aqui anda equivocado, esse alguém é o senhor Presidente, mas não o signatário destas linhas.
Mas vamos aos factos. Em Novembro de 2005, a direcção da Associação Bienal da Prata solicitou ao novo Presidente da Câmara Municipal de Lamego uma reunião para apresentar cumprimentos da Associação, fazer o ponto da situação da mesma e apresentar o novo projecto a desenvolver no ano de 2006.
Como estou a escrever de memória, não sei precisar o dia em que os factos ocorreram, mas tenho bem presente que nos foi transmitida a data e hora em que seríamos recebidos pelo Senhor Presidente, tendo nós, Bienal da Prata, feito deslocar uma comitiva aos Paços do Concelho, para o efeito acima citado. Uma parte da equipa responsável pelo evento de 2006 estava em viagem, do Porto para Lamego, a fim de proceder à respectiva apresentação do projecto que se pretendia realizar.
Eu próprio fui o primeiro a chegar aos Paços do Concelho e qual não é o meu espanto quando sou recebido pelo Senhor Secretário, Prof. António Ferreira, que me apresentou as maiores desculpas, informando que o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lamego não se encontrava presente, por razões que se prendiam com uma deslocação urgente a Lisboa (se a memória não me falha) pelo que não poderíamos ser recebidos naquele dia.
Estranhei a total falta de consideração de que a Bienal da Prata foi alvo, uma vez que, havendo razões poderosas para anular a audiência, a mesma deveria ter sido comunicada com a devida antecedência, como mandam as regras da boa educação e do protocolo público, o que não se tinha verificado.
Telefonei à comitiva que se encontrava em viagem, já bem perto de Lamego, transmitindo-lhes o sucedido, tendo a mesma dado meia volta e regressado ao Porto, uma vez que a reunião não se iria realizar.
Tive, depois, oportunidade de explicar ao Senhor Secretário alguns aspectos importantes sobre a situação em que se encontrava a Associação Bienal da Prata e foi-me garantido, pelo mesmo Senhor Secretário, que o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lamego estava muito empenhado em ter uma reunião com a Bienal da Prata e que seríamos brevemente contactados para esse efeito.
Até hoje!
Ainda troquei, por uma ou duas vezes, impressões com o Senhor Secretário, a propósito de outros assuntos, em que se abordou o assunto da Bienal da Prata, e em que me foi transmitida a informação de que teríamos a tal reunião muito em breve.
Até hoje!
Passados que foram nove meses, sem que o Senhor Presidente da Câmara nos tivesse dirigido qualquer missiva, ou informação, ou mesmo a intenção de trocar impressões connosco, vem agora “exigir” que eu “proceda a um desmentido das minhas afirmações” sem o que procederá a um sem número de acções ameaçadoras sobre a minha pessoa e sobre a Associação Bienal da Prata. É preciso ter descaramento!
O Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lamego não sabe, de certeza absoluta, com quem está a falar. Porque se soubesse teria mais respeito pelas pessoas que sempre deram o seu melhor por esta terra, de forma desinteressada e voluntariosa. Mas não pode, nem deve, o Senhor Presidente, mentir descaradamente às pessoas, (e não é a primeira vez que o faz), fazendo-se passar por inocente num processo em que tem todas as responsabilidades, no mínimo, por omissão.
O cidadão Agostinho Ribeiro não lhe admite, nem a ele, nem a ninguém, quaisquer tipo de exigências ou ameaças, e muito menos as de baixo jaez, como as presentes, que tentam por em causa a dignidade pública e profissional de quem sempre pautou a sua acção pública de forma correcta e desinteressada.
Tenho 28 anos de actividade pública e profissional exemplar e não será, certamente, alguém a quem não reconheço quaisquer méritos na minha área de actividade, que porá em causa o meu prestígio profissional.
Não deixarei de voltar a este assunto e, já agora, a outros que me preocupam como cidadão lamecense, uma vez que muitas das suas atitudes como autarca têm colidido frontalmente com os meus direitos de cidadania.
Quem lhe exige um pedido de desculpas sou eu! Se o não fizer, serei eu a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que a opinião pública não fique enganada em relação ao seu carácter.

Agostinho Ribeiro

P.S.  – No meu último artigo referi-me à selecção nacional. Logo de seguida soube que a Federação Portuguesa de Futebol pediu isenção fiscal aos prémios dos jogadores. Que pobreza e que mediocridade. O miserabilismo lusitano logo haveria de se expressar na sua forma mais ignóbil – pedir isenções fiscais num momento em que todos temos a obrigação patriótica de contribuir positivamente para o “todo” nacional.

Sem comentários:

Enviar um comentário