Terminou o
campeonato do mundo de futebol e Portugal ficou-se por um mais que honroso
quarto lugar.
É um verdadeiro
motivo de orgulho para todos nós! Um país tão pequeno como o nosso ombrear com
as verdadeiras potências do futebol, deixando para trás sérios candidatos ao
título, e conseguirmos esse feito notável de ficarmos entre as quatro melhores
selecções do mundo.
Devo dizer que
não percebo nada de futebol. Nada sei de tácticas nem de estratégias futebolísticas.
Para vos ser
franco, nem mesmo conheço o nome de muitos dos nossos jogadores, o que
considero lamentável e aqui me retrato publicamente. Por uma razão muito
simples… Deve haver poucas áreas ou sectores da actividade humana em que
Portugal se encontre entre os primeiros, como é o caso do futebol. Pelas boas
razões e motivos claros, que pelas más razões ainda temos, infelizmente, alguns
lugares cimeiros e cativos no seio desta nossa velha Europa.
Mas o facto de
nada perceber de futebol não me retira o prazer de reconhecer esta belíssima
prestação da nossa selecção nacional, nem tão pouco o direito de vibrar com um
desporto que arrasta multidões e é capaz de congregar tantas vontades em torno
de uma causa comum. Que excelente capacidade de persuasão, que magnífica forma
de construir objectivos comuns e saber dar-lhes a devida continuidade, até a
obtenção de resultados acima do que seria razoável esperar, para um país com a
dimensão do nosso.
E depois,
verificar como o futebol é capaz de colocar a esmagadora maioria dos
portugueses do mesmo lado. Como é o futebol capaz de fazer com que tanta gente
ande com a bandeira nacional na sua viatura, a coloque na varanda ou na janela
de sua casa, numa mostra de genuíno orgulho e vaidade nacionais que devem ser acarinhados
e respeitados por todos nós.
É bom para o
nosso ego colectivo que assim seja. Num país tradicionalmente mais vocacionado
para a potenciação dos aspectos negativos de uma qualquer realidade palpável, é
bom verificar que algo sobressai, pela positiva, desse emaranhado mar de
pessimismo, fazendo-nos ombrear, de igual para igual, com os melhores entre os
melhores, ainda que apenas no futebol.
É claro que
seria muito bom que este exemplo florescesse e todos nós pudéssemos demonstrar
que afinal não era apenas nesta modalidade desportiva que podemos aspirar à
glória e ao brilho da ribalta, mas também noutros sectores da vida e da
actividade social, económica e cultural, porque Portugal é um país rico em
História, excelente em determinados sectores da sua actividade empresarial e
pleno de sentido de solidariedade social, tudo aspectos que potencialmente nos
colocam no bom caminho do desenvolvimento sustentado, mas que peias e
condicionantes bem conhecidas de todos nós nos fazem retardar no caminho do
sucesso e do desenvolvimento.
Parabéns à
selecção nacional e ao seu treinador. Parabéns a Portugal.
Como seria bom
que este espírito nacionalista se propagasse para outros sectores e actividades
de todos nós para, também aí, demonstrarmos que somos capazes de ir longe, bem
mais longe do que temos ido até ao presente momento.
É um voto de fé
e esperança no futuro de quem acredita que os grandes desígnios de Portugal não
se esgotam no futebol.
Agostinho
Ribeiro
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