I
Que conexões
conseguimos criar?
Encontramo-nos na fase final do
processo de contatos com as diversas entidades públicas e privadas da cidade e
região de Viseu.
Grosso modo, estes contatos
serviram para uma apresentação informal de cumprimentos, como mandam as regras
da boa educação institucional, e do protocolo que prezamos respeitar, para além
de procedermos à análise mais circunstanciada da situação existente nas
relações bilaterais que vamos mantendo com cada uma destas entidades.
O resultado não podia ser mais
positivo, uma vez que se traduziu em mais de três dezenas de contatos
estabelecidos, tomando consciência de que muitas destas importantes parcerias
assentaram em planos informais e avulsos de colaboração, e que agora entendemos
necessário que se valorizem e revitalizem, através da assinatura de protocolos
específicos, com o intuito de regulamentar e normalizar tais relações.
Aliás, no ano em que o ICOM,
Conselho Internacional dos Museus, estabelece como tema central das
comemorações do Dia Internacional dos Museus e, por extensão, como temática
fulcral do ano que corre, a lúcida constatação de que “as coleções criam
conexões”, nada melhor que dar amplitude concetual a esta legenda, e projetar
tais relações, ou conexões, no grande desiderato funcional que vai muito para
além do sentido, mais contido, que damos às relações promovidas pelo acervo
museológico, “tout court”, de que somos fiéis depositários.
E é aqui que voltamos sempre à
pergunta primeira, na certeza de nunca a sabermos responder integralmente –
para que serve um museu? Neste caso concreto, para que serve o nosso Museu, se
para além de (salva)guardar um património artístico de eleição, não procura
permanentemente dar visibilidade a tais coleções e, por via dessa procura, não
contribui para o enriquecimento individual e coletivo da sociedade que serve…?
II
Que sentido tem
sermos mais do que somos?
A questão é sempre pertinente. Se
o sentido utilitário das coleções, no plano da mera fruição hedonística, transporta
consigo uma parte essencial da razão de ser do museu, ou melhor, das coleções
que fazem o museu, então será sempre importante não nos esquecermos que as
coleções a todos servem, porque a todos toca, de forma mais intelectualizada ou
mais sensorial, consoante o que sabemos e o que somos, nos planos da
mundividência em que cada um de nós se situa… A todos, não por igual, porque
todos somos indivíduos diferenciados, na igualdade de sermos humanos, mas de
forma desigual, porque devemos perceber que esse tal direito a ser diferente é,
ou deve ser, intrínseco à nossa construção do bem social comum!
“Museus – as coleções criam
conexões”… Num convite para o olhar atento ao cartaz destas comemorações,
verificamos quanta riqueza de conceitos, de valores, de comportamentos, de
descobertas, de atitudes, de resultados, nós podemos encontrar ao olhar para
uma peça, para uma coleção, ou até mesmo para alguém que, ao nosso lado, as
olha também com o seu olhar especial de ser, precisamente, igual a nós no
direito de olhar, e diferente do nosso, no direito de as interpretar e fruir
segundo os padrões que lhe serão próprios!
Portanto, a 18 de maio, mas também
e tanto no antes, como no depois, o nosso Museu Grão Vasco continuará a criar
conexões, por reforço às existentes, e continuará a construir novas parcerias e
relações, através das quais pretendemos atingir maiores e mais diversificados
públicos, precisamente porque cada instituição ou entidade representam e
significam diferentes beneficiários na fruição do nosso magnífico património
artístico.
Que permanentemente convidamos a (re)visitar…!
Obrigado.
Agostinho Ribeiro
* Texto retirado da página facebook do Museu Grão Vasco, intitulado A Palavra ao Diretor | 02.
* Texto retirado da página facebook do Museu Grão Vasco, intitulado A Palavra ao Diretor | 02.
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