I
No que respeita às autárquicas de
2013, para o nosso concelho de Lamego, a boa notícia é que existiram 2.625
lamecenses que deixaram de ser cegos e perceberam, finalmente, que a coligação
PSD/CDS, liderada por Francisco Lopes, tem prejudicado fortemente os interesses
mais genuínos e importantes do coletivo que somos todos nós, lamecenses.
Refiro-me, claro, à gestão
ruinosa que foi desenvolvida nestes últimos anos, que já fez ultrapassar os
limites legais do endividamento bancário municipal; à gestão que muitos de nós
acha danosa, protagonizada por uma empresa municipal que apenas somou gastos
absurdos para receitas irrisórias; e tudo isto para justificar e suportar obras
megalómanas (o termo é mesmo megalómanas,
e não ambiciosas, como estultamente referem os seus promotores) que não
traduzem nenhum benefício efetivo para a comunidade que deveriam servir!
A outra boa notícia é que, desses
2.625 lamecenses já curados da cegueira ideológica que transportavam de há 4 anos
a esta parte, pelo menos 2.016 não só perderam a confiança no gestor milagreiro
que veio de fora para desgraçar as nossas contas públicas (com reflexo direto
nos nossos bolsos, e de forma muito mais grave do que possamos pensar), como
entenderam, e muito bem, que era hora de iniciar um processo de mudança, na
tentativa de afastar quem tanto mal nos tem feito, ainda que tal desiderato
alternativo não tenha sido ainda alcançado.
Tive o cuidado de ir lendo o que
a coligação PSD/CDS, e os seus apoiantes mais diretos, iam dizendo nas redes
sociais… Um verdadeiro absurdo de deslumbramento pré-histórico!
A petulância e a arrogância desmedidas, na
convicção segura de que iam ser "outros 6-1”, talvez mesmo “7-0”, à medida de
uma campanha eleitoral também ela megalómana, onde parecia não haver limites de
recursos humanos e materiais, tal a panóplia de viaturas em campanha, de tarjas
e outdoors, brindes e quejandos, a sucederem-se como se não houvesse crise nem austeridade em
Portugal, chegando mesmo ao desplante insultuoso (sobretudo para os jovens, uma
vez que os considera, objetivamente, desprovidos de inteligência) de dois
vídeos com sugestões sexuais a propósito de um ato de cidadania que é o voto
dos jovens que o fazem pela primeira vez; tudo isto apontando para a epifania
feliz de um “esmagamento” dos adversários políticos, como se todos o lamecenses
fossem marionetas nas mãos de quem se acha detentor de toda a verdade e de toda
a razão quando, precisamente, não detém rigorosamente nem uma coisa nem outra…
II
A má notícia é que ainda
persistem fortes sinais desta “doença” de falta de visão por causa de um clubismo
partidário serôdio e bolorento, que não deveria fazer sentido no Portugal Democrático de hoje, traduzida na cegueira de ainda haver 8.548
lamecenses que seguramente tardam a perceber que o seu voto foi, precisamente,
depositado por eles… contra eles próprios…!
Sim, quem votou na coligação PSD/CDS, em Lamego (é importante sublinhar isto, aqui e agora), votou contra si próprio, porque votou na continuação de uma política gestionária suicidária; votou em quem mais adensou e aumentou as despesas das pessoas, empresas e famílias lamecenses; votou em quem endividou, de uma forma já irreparável, o concelho de Lamego, colocando-o a níveis bem piores que a infeliz dívida pública da Grécia; votou em quem pretendeu e pretende afirmar a legítima ambição de crescimento e desenvolvimento de Lamego através de gastos sumptuosos em obras desnecessárias, que nada trazem de benefício efetivo para a nossa terra, e que nem sequer se preocupou em fundamentar e justificar devidamente, nos termos da lei, a sustentabilidade futura dos equipamentos públicos resultantes de tais obras.
Sim, quem votou na coligação PSD/CDS, em Lamego (é importante sublinhar isto, aqui e agora), votou contra si próprio, porque votou na continuação de uma política gestionária suicidária; votou em quem mais adensou e aumentou as despesas das pessoas, empresas e famílias lamecenses; votou em quem endividou, de uma forma já irreparável, o concelho de Lamego, colocando-o a níveis bem piores que a infeliz dívida pública da Grécia; votou em quem pretendeu e pretende afirmar a legítima ambição de crescimento e desenvolvimento de Lamego através de gastos sumptuosos em obras desnecessárias, que nada trazem de benefício efetivo para a nossa terra, e que nem sequer se preocupou em fundamentar e justificar devidamente, nos termos da lei, a sustentabilidade futura dos equipamentos públicos resultantes de tais obras.
III
Mas a melhor notícia de todas é,
sem dúvida, a notícia da esperança! Esperança de que as coisas mudem no quadro
já atual do novo figurino autárquico, onde talvez a coligação PSD/CDS demonstre
agora mais respeito pela oposição do PS, e seja menos arrogante e mais correto no
seu relacionamento político e institucional para com os autarcas que se não
revêm nas suas posições e projetos políticos. Talvez deixem de intentar ações
judiciais contra opositores que apenas dizem as verdades conhecidas por todos,
ou até mesmo desistam de aprovar moções que insultam e rebaixam a própria
democracia portuguesa, contra adversários políticos que apenas manifestam as
suas opiniões publicamente, sobre atos e acontecimentos também eles públicos…
Porque do tão aclamado e desejado
“6-1”, pode contar agora com um muito mais equilibrado e justo “4-3”; porque
contra o despesismo excessivo de uma campanha ostensiva, embateu de frente
contra uma parcimoniosa campanha, contida, humilde, persistente e empenhada, protagonizada
por homens e mulheres livres e descomprometidos, que não precisam da política
para viver, mas que sabem que o seu contributo à causa pública pode, e deve,
ser um generoso contributo ao coletivo que todos devemos saber servir!
Parabéns, portanto, ao PS de
Lamego e a toda a equipa de trabalho da campanha, com Manuel Ferreira e André
Freire a liderarem uma candidatura que se pode traduzir, simbolicamente, numa luta
desigual entre David e Golias… Com a diferença relevante de que o Golias também
aqui perderia, se não tivesse a ampará-lo uma cada vez mais irreconhecível e ideologicamente
desprestigiante muleta que dá pelo nome de CDS/PP!
É que se não tivessem concorrido
em coligação, e fazendo uma projeção simplista de votos, o resultado seria
3-3-1, e as circunstâncias políticas atuais ditariam uma provável vitória do
Partido Socialista.
Resumindo e concluindo, ele há
vitórias que sabem a derrotas e derrotas com o gosto de saborosas vitórias… Por
um futuro melhor para todos, e não um presente agradável apenas para alguns.
É o que eu penso, como lamecense
e político empenhado no enobrecimento da gestão da coisa pública e no
desenvolvimento real e sustentado do nosso concelho de Lamego!
Agostinho Ribeiro