Em Lamego, aproximam-se
os tempos da verdade e os tempos em que tudo se tornará mais claro e preciso
para todos nós…
Vemos coisas a
acontecer sem qualquer base consistente que nos explique as verdadeiras razões
de tais acontecimentos, por supérfluos e abusivamente dispendiosos com que eles
se nos apresentam, na maior parte dos casos. O pretexto são as obras do nosso
erróneo contentamento, e o mote o falso dinamismo que elas pretendem
representar!
Mas parece que
fazemos de conta que não é nada connosco…
Ouvimos aqui e
ali as vozes tímidas e murmuradas do descontentamento e da denúncia encoberta,
assustadas e temerosas pelas possíveis represálias a que estão sujeitos, em receios
que julgávamos ter deixado de existir, já lá vão mais de trinta anos…
Mas parece que
fazemos de conta que não é nada connosco…
Lemos o que se
escreve, de bom e de mau, a favor e contra. Temos consciência clara do que se
passa na nossa terra!
Sabemos dos
bajuladores subservientes e desprovidos de coluna vertical, sempre a cantar
loas a quem pouco as merece, e do mau serviço que nos prestam, pela falsidade
das razões e da ardilosa argumentação que nos apresentam e com que nos tentam
enganar todos os dias.
E dos maus
críticos, que também os há, por ausência de suporte e seriedade nas afirmações
que produzem. E dos bons, claro está, por rigorosos e consistentes nas suas alegações,
sem contraditório à altura, face à seriedade e veracidade dos factos e argumentos
apresentados.
Não podemos,
portanto, ignorar…!
E quando toda
a verdade vier ao de cima, como não poderá deixar de ocorrer em breve, nenhum
dos directos e indirectos responsáveis pelo actual estado de coisas poderá
alegar desconhecimento das situações, ou ignorância dos actos praticados, sejam
eles quais forem, como se de pequenos “Pilatos” se tratassem, lavando as mãos
da sujidade que criaram, alimentaram e ajudaram a desenvolver.
Mesmo que por
confortável e tranquilizadora omissão!
Que nenhum
deles venha dizer, depois…”Ai é? Nem sabia… acredite que nem fazia a mais
pálida ideia do que se estava a passar…!?”
Como nos confidencia
Sophia de Mello Breyner, na sua magnífica “cantata de paz”, “vemos, ouvimos e
lemos, não podemos ignorar…”
Ou podemos?
Agostinho Ribeiro
Sem comentários:
Enviar um comentário