Decorreu, no
passado fim-de-semana, o XV Congresso do Partido Socialista, na bela cidade ribatejana
de Santarém, terra dotada de um património material e espiritual de excepção,
de gente boa e hospitaleira, que tão bem soube receber este encontro magno dos
socialistas portugueses.
Não se
esperavam grandes surpresas políticas, em resultado deste Congresso, uma vez
que é bem evidente, e pública, a perfeita adesão e sintonia da esmagadora
maioria dos simpatizantes e militantes do Partido Socialista para com o seu secretário-geral,
o Eng. José Sócrates.
De tudo quanto
se viu e disse, podemos reter a noção clara da inevitabilidade das reformas
encetadas pelo actual Governo, bem expressas nos discursos, lúcidos e
competentes, de apoio generalizado às políticas deste executivo, transmitindo a
certeza de que os militantes do Partido Socialista sabem bem, e têm plena
consciência, das exigências e dos desafios que o futuro próximo a todos nos coloca.
Ninguém tem
dúvidas da dureza de muitas das reformas que estão em curso, e dos muitos
sacrifícios que agora se pedem aos portugueses, como dúvidas não se terão sobre
a premente necessidade de as executar e levar até ao fim, para evitar o total
descalabro e desgoverno de Portugal.
A nobreza
destas atitudes assenta, portanto, na coragem de se tomarem as decisões
adequadas e imprescindíveis para o bom rumo do nosso país, mesmo correndo os
riscos de alguma impopularidade e movimentações sociais, sem nunca perder de
vista a finalidade última destas reformas – fazer de Portugal, num futuro não
muito longínquo, um país mais rico e solidário, mais justo e equitativo, na
defesa de um modelo de Estado Social que, para sobreviver, precisa urgentemente
de se reformar.
É o que o nosso
primeiro-ministro, Eng. José Sócrates, na chefia de um Governo competente e
empenhado, tem vindo a fazer ao longo deste último ano e meio de governação,
sem embargo de, aqui e ali, alguns pequenos ajustes nos parecerem necessários
realizar.
E quando se tem
um rumo claramente definido; quando se sabe, com clareza e determinação, qual é
o objectivo final de cada reforma; quando nos é transmitido, sem tibiezas nem
constrangimentos, os benefícios efectivos que cada medida tomada nos há-de
proporcionar; quando somos, portanto, convidados a fazer sacrifícios para o bem
comum, sobretudo dos mais desfavorecidos, pergunto-me que português enjeitará a
dádiva do contributo, ainda que doloroso em tantas circunstâncias, para que
este país possa continuar a progredir e a desenvolver-se?
É como se numa
família, o pai e a mãe não aceitassem fazer quaisquer sacrifícios, agora, para
que os seus próprios filhos tivessem uma vida melhor, amanhã!
Nenhum pai e
nenhuma mãe deixariam de o fazer. E nós somos hoje os pais e as mães que devem
correr esses sacrifícios para que os nossos filhos se possam orgulhar de um
país mais moderno, competitivo, rico e socialmente mais solidário.
E os primeiros
indícios dessa viragem para melhor, que todos desejamos e ansiamos, começam a
surgir no nosso horizonte, demonstrando a justeza e a correcção das políticas
que têm vindo a ser seguidas pelo Primeiro-Ministro de Portugal.
Agostinho
Ribeiro
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