Será já na
próxima sessão de 22 de Dezembro que o Município de Lamego analisará as Grandes
Opções do Plano, e respectivo Orçamento, para o ano económico de 2009.
Sobre o
conteúdo dos documentos em causa não valerá a pena tecermos grandes
considerações, até porque já nos habituamos ao formulário excessivo das Grandes
Opções e aos abusos irregulares dos Orçamentos deste executivo municipal.
Perante uma
linha orientadora que se não modifica nos seus mais fracos aspectos, quando
comparados com os documentos idênticos dos anos anteriores, fica-nos a sensação
que este executivo apenas soube aproveitar os recursos e os projectos que
vinham do executivo anterior, entrar numa fobia executória sem cuidar da
sustentabilidade que tais obras teriam de exigir, para garantir um futuro
financeiramente estável a Lamego, e remeter para as calendas as verdadeiramente
estruturais, onde sempre realcei a variante rodoviária de Lamego, que, essa
sim, seria a primeira das primeiras prioridades executórias.
O verdadeiro
abuso demagógico do Plano é absolutamente lamentável… Nele podemos continuar a
verificar que ali se pretende fazer tudo e mais alguma coisa para, à semelhança
dos anos anteriores, verificarmos que as concretizações ficarão muito aquém do
programado. Percebe-se a intenção… Assim se regimentam os interesses políticos
para depois se apresentarem as desculpas, que sempre existirão, para se
justificar o que não se fez. Nada de novo, portanto…
Quanto ao orçamento,
as irregularidades que se detectaram nos documentos dos anos anteriores lá
continuam impávidas e serenas, em continuado desrespeito pelas regras da
contabilidade pública, descontando desde logo o facto de o mesmo estar empolado
em montantes globais que ultrapassam em mais do dobro as verbas que realmente
poderão ser geridas no próximo ano económico. Também aqui nada de novo…
Todos sabemos
que é um bom acto de gestão o empolamento moderado e regular das receitas, para
proceder às respectivas cabimentações na despesa, de forma a permitirem margens
de manobra funcional, sem ter de recorrer sistematicamente a alterações e
revisões orçamentais. São as normas da prudência, do rigor e da transparência
dos actos públicos contabilísticos que assim o exigem. Mas em Lamego, logo a
seguir à aprovação dos documentos fundamentais, mesmo com excessos nas receitas
virtuais, lá vêm as alterações a um ritmo estonteante, em cabal demonstração da
falta desse rigor e transparência, por défice inaceitável nas despesas legalmente
obrigatórias…
Estamos, pois,
perante documentos estratégicos que nada de novo trazem, nem aos projectos que
já se encontravam nos anteriores, nem às formas expeditas de contornarem a
regularidade dos actos públicos de gestão, empolando receitas e reduzindo
despesas de forma desadequada e irregular, senão mesmo ilegal.
Mas como tudo
isto já foi devidamente denunciado nas instâncias adequadas, no que respeita a
documentos idênticos referentes aos anos anteriores, nada mais podemos fazer
senão continuar a afirmar publicamente o nosso desacordo por esta metodologia
adoptada pela Câmara Municipal de Lamego, na certeza de que seremos nós todos,
os lamecenses, a pagar a factura destas enormidades que se têm cometido na
nossa autarquia.
Agostinho
Ribeiro
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