quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Município de Lamego – a derrocada final!



Tendo chegado ao meu conhecimento que o Senhor Vice Presidente da Câmara Municipal de Lamego, o meu prezado amigo Eng.º José Pereira, pediu a suspensão do mandato para que foi eleito nas últimas eleições autárquicas do Concelho de Lamego, ocorre-me dizer o seguinte:

1º – Confesso que estranhei muitíssimo mais o facto do Eng.º José Pereira ter anuído à sua integração numa lista liderada pelo atual Presidente da Câmara, do que estranho agora a sua saída, ainda que provisória, do palco suicidário que se chama, ironicamente, “Viver Lamego com alma e coração”;

2º – Como eu só me posso, e devo, apresentar a mim mesmo em qualquer comparativo que possa fazer, no que respeita ao exercício de cargos políticos, acho que o Eng.º José Pereira fez mal em suspender o mandato – deveria manter-se em funções e pugnar, por dentro, a favor dos princípios e valores que eu sei que defende e pratica. Respeito a sua legítima decisão, mas discordo dela;

3º – Seja qual for a razão “oficial” que possa apresentar para justificar tal suspensão, todos sabemos já qual é ela. Espero e desejo que o Eng.º José Pereira seja consentâneo com a sua postura pública, e com a ideia de homem impoluto que dele todos fazemos;

4º - O Município de Lamego, a cidade e o concelho, degrada-se dia a dia, não só na materialidade das obras megalómanas que não servem para nada, e muito menos servem os interesses legítimos dos lamecenses, mas também e sobretudo, na moralidade (ou falta dela) dos atos e procedimentos que nos arrastam a todos para a miséria das dívidas e para as dúvidas da legalidade em tantos dos mesmos;

5º - Que os lamecenses de bem, independentemente das suas convicções político partidárias, se não fiquem pelo silêncio tacanho perante tamanho grito inconsolado, que a ninguém que tenha um mínimo de sentido e noção do “bem público” pode deixar de ser ouvido, e a todos deve obrigar a percebê-lo nas suas mais profundas motivações.

O “fim de festa”, quando a festa esteve repleta de excessos e de abusos, só pode ser o que sempre foi – amargo e doloroso!

Da minha parte, tenho a consciência tranquila – alertei, antes, para os perigos que iríamos correr; chamei a atenção, durante, para as asneiras que se estavam a cometer; continuo, agora, no lugar que os lamecenses entenderam que deveria ser o meu, para ajudar no que puder a resolver os problemas que outros criaram à nossa terra.

Exorto o Eng.º José Pereira, e todos os que, como ele, se aperceberam já do logro em que todos caímos, a estar presente na procura das soluções necessárias, e a lutar por elas, porque sobre os desmandos cometidos, já não há nada a fazer…!


Agostinho Ribeiro